quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Polémicas…
Antes de mais convém esclarecer que não sou monárquico… considero mesmo humanamente impossível ser simultaneamente adepto da monarquia e defensor de Duarte Pio… creio mesmo que o melhor antídoto contra o aumento da ideologia monárquica será o próprio D.Duarte!
Esclarecido isto, surgiu uma polémica com a presença do exército na cerimónia do centenário do regicídio… insurgiu-se um deputado contra a participação do exército numa suposta manifestação política partidária monárquica e anti-republicana… o ministro da defesa rapidamente tratou de proibir, de forma encapotada é certo, a participação de unidades militares nas cerimónias…
Facto: no dia 1 de Fevereiro de 1908 foram assassinados o rei D.Carlos e o seu herdeiro, D.Luís Filipe, em pleno Terreiro do Paço…
Facto: D.Carlos era chefe de estado do nosso país…
Facto: A figura de D.Carlos sempre foi muito ligada ao exército, a sua memória é evocada anualmente na abertura solene do ano lectivo do colégio militar, por exemplo…
A hipocrisia republicana ao proibir a associação do exército à cerimónia do centenário do regicídio está bem patente quando se associa a outras cerimónias como o 1º de Dezembro de 1640, os descobrimentos ou o bicentenário da partida da família real para o Brasil…
Tal como li nalgum sítio, nesta linha de pensamento, nenhuma figura do estado poderia inaugurar estátuas, edifícios ou ruas com nomes de reis… a própria existência de edifícios ou ruas com nomes de reis, que pretendem homenageá-los, constituiria em si uma atitude anti-republicana…
Parece que existe uma proposta de colocar uma placa na Praça do Comércio para fazer justiça à memória de Manuel Buiça e Alfredo Costa, “os dois cidadão que em 1 de Fevereiro de 1908, aí mataram a monarquia, dando a sua própria a vida em prol da república e da liberdade dos portugueses”…
Como se o ideal republicano fosse sinónimo de liberdade… Portugal vivia numa monarquia constitucional desde 1834… e a primeira ditadura tal como as conhecemos hoje em dia nasceu no seio da república, liderada por um republicano… e todos sabemos no que resultou a primeira república…
Mas o que estava em causa nesta celebração, não era a ideologia monárquica versus ideologia republicana, era a reconciliação com a história e uma rejeição clara do homicídio como forma de luta política… se no 25 de Abril não foi preciso matar ninguém, para derrubar a monarquia também não seria preciso matar…
Em minha opinião, ao proibir a participação do exército, alguns deputados e o governo prestaram um mau serviço à república… só mentes mesquinhas poderiam ver nessa participação uma afronta ao ideal republicano ou um apoio institucional à monarquia… significaria simplesmente o não pactuar com um homicídio perpetrado 100 anos antes…
Tal alguém disse, o regicídio deveria incomodar qualquer cidadão de bem, independentemente da sua convicção de regime…
Esclarecido isto, surgiu uma polémica com a presença do exército na cerimónia do centenário do regicídio… insurgiu-se um deputado contra a participação do exército numa suposta manifestação política partidária monárquica e anti-republicana… o ministro da defesa rapidamente tratou de proibir, de forma encapotada é certo, a participação de unidades militares nas cerimónias…
Facto: no dia 1 de Fevereiro de 1908 foram assassinados o rei D.Carlos e o seu herdeiro, D.Luís Filipe, em pleno Terreiro do Paço…
Facto: D.Carlos era chefe de estado do nosso país…
Facto: A figura de D.Carlos sempre foi muito ligada ao exército, a sua memória é evocada anualmente na abertura solene do ano lectivo do colégio militar, por exemplo…
A hipocrisia republicana ao proibir a associação do exército à cerimónia do centenário do regicídio está bem patente quando se associa a outras cerimónias como o 1º de Dezembro de 1640, os descobrimentos ou o bicentenário da partida da família real para o Brasil…
Tal como li nalgum sítio, nesta linha de pensamento, nenhuma figura do estado poderia inaugurar estátuas, edifícios ou ruas com nomes de reis… a própria existência de edifícios ou ruas com nomes de reis, que pretendem homenageá-los, constituiria em si uma atitude anti-republicana…
Parece que existe uma proposta de colocar uma placa na Praça do Comércio para fazer justiça à memória de Manuel Buiça e Alfredo Costa, “os dois cidadão que em 1 de Fevereiro de 1908, aí mataram a monarquia, dando a sua própria a vida em prol da república e da liberdade dos portugueses”…
Como se o ideal republicano fosse sinónimo de liberdade… Portugal vivia numa monarquia constitucional desde 1834… e a primeira ditadura tal como as conhecemos hoje em dia nasceu no seio da república, liderada por um republicano… e todos sabemos no que resultou a primeira república…
Mas o que estava em causa nesta celebração, não era a ideologia monárquica versus ideologia republicana, era a reconciliação com a história e uma rejeição clara do homicídio como forma de luta política… se no 25 de Abril não foi preciso matar ninguém, para derrubar a monarquia também não seria preciso matar…
Em minha opinião, ao proibir a participação do exército, alguns deputados e o governo prestaram um mau serviço à república… só mentes mesquinhas poderiam ver nessa participação uma afronta ao ideal republicano ou um apoio institucional à monarquia… significaria simplesmente o não pactuar com um homicídio perpetrado 100 anos antes…
Tal alguém disse, o regicídio deveria incomodar qualquer cidadão de bem, independentemente da sua convicção de regime…
Etiquetas: monarquia, polémicas, regicídio, república
Comments:
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não sei se um Rei seria bem um Chefe de Estado... essa figura de chefe de estado deve ser recente...
o único dom que o Duarte Pio tem é ser Dom Duarte...
a mim confesso que me é indiferente se o Exército participa ou não nas comemorações... agora já me incomoda um pouco tornar assassinos em super heróis...
o único dom que o Duarte Pio tem é ser Dom Duarte...
a mim confesso que me é indiferente se o Exército participa ou não nas comemorações... agora já me incomoda um pouco tornar assassinos em super heróis...
Concordo com tudo o que foi escrito, excepto numa coisa: Houve ditadura na Monarquia Constitucional portuguesa, sim.
Foi a ditadura de João Franco, que salvo erro se iniciou em 1906 e só terminou precisamente com o regicício. Não sei se teria oficialmente esse nome, mas que era uma ditadura, com supressão das liberdades, poder concentrado numa só pessoa e perseguição política sistemática, isso era.
Mas claro que isso não justifica a maneira que os republicanos encontraram para acabar com ela: Assassinato a sangue frio.
Foi a ditadura de João Franco, que salvo erro se iniciou em 1906 e só terminou precisamente com o regicício. Não sei se teria oficialmente esse nome, mas que era uma ditadura, com supressão das liberdades, poder concentrado numa só pessoa e perseguição política sistemática, isso era.
Mas claro que isso não justifica a maneira que os republicanos encontraram para acabar com ela: Assassinato a sangue frio.
tiago,
abusos de poder sempre existiram ao longo da história... mas nem todos os abusos de poder constituem uma ditadura...
um abraço
abusos de poder sempre existiram ao longo da história... mas nem todos os abusos de poder constituem uma ditadura...
um abraço
OK, concedo. Uma ditadura de ano e meio não se compara ao Estado Novo.
Só estava a tentar contextualizar a "luta pela liberdade" que os dois regicidas pretensamente encetavam... foi para acabar com os abusos de poder do João Franco que actuaram. Mas, repito, isso não faz deles nenhuns heróis.
Ainda assim parece-me injusto colocar o ónus do Estado Novo nas costas da República. É que o golpe militar de 1926, que instituiu a ditadura militar em Portugal, foi apoiada por todos os monárquicos do país...
Abraço
Só estava a tentar contextualizar a "luta pela liberdade" que os dois regicidas pretensamente encetavam... foi para acabar com os abusos de poder do João Franco que actuaram. Mas, repito, isso não faz deles nenhuns heróis.
Ainda assim parece-me injusto colocar o ónus do Estado Novo nas costas da República. É que o golpe militar de 1926, que instituiu a ditadura militar em Portugal, foi apoiada por todos os monárquicos do país...
Abraço
O único problema disto tudo é que o Duarte Pio muniu-se de "amiguinhos" para o ajudarem na promoção das mentiras e na conservação do trono e, em troca, concede-lhes umas medalhinhas e honras afins.
Para que conste: a única sucessora directa da coroa portuguesa foi D. Maria Pia de Saxe Coburgo Bragança, filha do Rei D. Carlos I de Portugal com D. Maria Amélia Laredo e Murca e, consequentemente, irmã do Rei D. Manuel II.
A seu tempo a verdade virá ao de cima e cairão por terra muitos dos monárquicos que andam enganados pela falsa Causa Real Duartina.
Leiam e comentem: www.reifazdeconta.com
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Para que conste: a única sucessora directa da coroa portuguesa foi D. Maria Pia de Saxe Coburgo Bragança, filha do Rei D. Carlos I de Portugal com D. Maria Amélia Laredo e Murca e, consequentemente, irmã do Rei D. Manuel II.
A seu tempo a verdade virá ao de cima e cairão por terra muitos dos monárquicos que andam enganados pela falsa Causa Real Duartina.
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