terça-feira, fevereiro 13, 2007
Terminou... não, começou agora!
Depois da festa de anteontem (como se a despenalização/liberalização da IVG fosse algum troféu...), assistimos finalmente a algumas considerações responsáveis... a verdade é que a partir deste momento não está mais em causa a despenalização/liberalização do aborto mas a criação de um quadro legal tendente à implementação da decisão do povo português, no respeito pelo resultado do referendo.
Algumas considerações: desde logo, a persistência no erro por parte de quem não viu consagradas as suas convicções... minimizar o resultado do
Mas se o mau perder pode ser em parte compreendido, o mau ganhar é ainda mais ridículo... referir que a elevada abstenção significa que os portugueses não desejavam o referendo e que, ao invés, desejavam que a decisão tivesse sido tomada no parlamento só poderia ter origem no partido político intelectualmente moribundo donde proveio... continuar a apontar o dedo acusatório aos que não viram as suas convicções vingar, considerando-os um obstáculo ao que ainda está para vir, numa estratégia conflituosa de contra tudo e contra todos... simplesmente vergonhoso para ser eufemisticamente correcto... enfim, estamos perante mais um D.Quixote, sedento de protagonismo, com os seus moinhos de vento...
O que interessa agora é discutir a implementação da despenalização/liberalização da IVG. Anteontem, já assistimos a pequenos discursos cirúrgicos acerca de pormenores que não foram aflorados aquando da campanha: a assistência médico-psicológica necessária, a tão apelidada durante a campanha de "mesquinhez" das necessidades humanas, físicas e monetárias do sistema nacional de saúde, o aprofundar das políticas de planeamento familiar e educação sexual... no fundo, o que era apontado como não estando relacionado com a pergunta... por outras palavras, o que não interessava discutir...
E começam desde logo a colocar-se interrogações... existem listas de espera e sempre foi afirmado que os abortos realizados pelo sistema nacional de saúde não iriam causar efeitos perniciosos nas mesmas... mas como... ou existem recursos que não estavam a ser utilizados ou então vai haver um aumento desses recursos... mas se existia a possibilidade de aumentar esses recursos, não deveriam os mesmos estar a ser utilizados actualmente no combate a essas listas de espera...
Por outro lado, ouvi pela primeira vez ser afirmado que a grande maioria dos abortos serão realizados por via química sem necessidade sequer de internamento... ou como a dra. edite estrela explicou ao médico gentil martins, comprimidos... reconheço o meu desconhecimento acerca da prática da realização do aborto, mas estranho aquela afirmação... uma das grandes bandeiras da campanha era o combate ao aborto de vão de escada e não o combate ao tráfico de pílulas abortivas...
Assistimos também aos responsáveis por clínicas de aborto estrangeiras afirmarem que se encontram em fase de instalação no nosso país. O sr. ministro da saúde já admitiu a possibilidade do reencaminhamento dos abortos que não possam ser assegurados pelo sistema nacional de saúde para clínicas privadas... mas como vai ser compatibilizado o negócio dessas clínicas com o acompanhamento psicológico que se pretende de dissuasão... ou será que vamos repetir o exemplo espanhol onde o psicólogo se limita a ser uma via verde para a realização do aborto...
Na minha opinião, o que se irá seguir ainda será mais interessante. Já não teremos que assistir a debates mais inflamados, uma vez que já não estarão em causa convicções pessoais. Essa questão encontra-se ultrapassada. Agora, estão em causa temas mais concretos e pragmáticos, que convém que todos acompanhemos com a devida atenção. E todos deverão contribuir de uma forma positiva para se atingir a melhor solução possível!
Relativamente aos movimentos que não viram as suas convicções vingar, é esperar que se mobilizem para fazer ainda com mais intensidade e vontade aquilo que têm vindo a fazer nos últimos anos em substituição do estado... apoiar as mulheres grávidas que têm dificuldades e não têm as condições desejáveis para poder ter uma criança... na minha opinião, será esta a única resposta válida aos acontecimentos.
Termino com uma ideia de António José Teixeira no DN, "A vitória do "sim" não deve ser lida como uma vitória partidária, mesmo se a esquerda tem razões de contentamento. A IVG não é um troféu. É um drama que deve exigir acompanhamento e regras claras para atitudes responsáveis".
Vamos esperar então por esse acompanhamento e por essas regras claras para atitudes responsáveis...
eu votei sim, como já havia dito aki no teu blog, por uma unica questão: q qm o faz tenha o minimo de segurança a faze lo...
se me perguntares se sou contra o aborto eu digo te q sou.
xinhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuus pa tu da lua
gostei especialmente da parte do champanhe... se calhar também houve algum caviar, de esquerda claro!!!
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